Nutty Ramos
Saúde e Qualidade de Vida Infantil: Habilidades Sociais (HS) e suas contribuições.
Atualizado: 26 de mar.

Sabe-se hoje que as Habilidades Sociais (HS) estão intrinsecamente relacionadas à saúde e ao bem estar das crianças, permitindo que elas desenvolvam relações mais harmoniosas e bem-sucedidas em diversas situações da vida sejam familiares, escolares ou pessoais. Isso porque as HS representam o estilo de ser e de se comunicar do infante, que é expresso por um conjunto de comportamentos que favorece a satisfação de suas necessidades no meio em que vive, bem como a convivência com pessoas próximas.
As habilidades sociais englobam condutas como: oferecer e pedir ajuda, tolerar frustrações, reconhecer emoções e sentimentos, compartilhar, seguir regras, fazer e aceitar elogios e buscar soluções, atitudes que levarão a relações mais saudáveis, com menores riscos de rejeições e stress no futuro. Por conseguinte, quanto antes se desenvolverem, melhor funcionarão como fator protetivo contra a ocorrência de dificuldades de aprendizagem.
Os principais teóricos do desenvolvimento infantil como Vygotsky, Wallon e Piaget trouxeram consenso no meio da Psicologia no sentido de que as crianças necessitam de diferentes estímulos do meio como o afeto, a educação, o lazer, os amigos e o brincar para o seu desenvolvimento saudável, contudo, estes elementos não são suficientes, uma vez que o bem estar da criança advém em grande parte da alegria e satisfação dos pequenos com sua capacidade pessoal de se relacionar. Sucede que no decorrer de seu crescimento nem sempre a criança consegue atingir de modo satisfatório estas habilidades, o que pode resultar em consequências negativas como atitudes e comportamentos pouco efetivos junto às pessoas e aos ambientes que convive.
Pesquisas acadêmicas na área da Psicologia e do comportamento humano (Argyle, 1980, Bronfenbrenner,1996, Del Prette & Del Prette, 2005) constatam que estas habilidades podem ser adquiridas e transmitidas desde a infância, gerando maior conhecimento da criança sobre si e autocontrole sobre suas emoções e reações, tratando-se de um processo que, uma vez incorporado, expande e influencia todas as dimensões física, mental, emocional e cognitiva.
Dentre as principais fontes de influência estão a família, a escola e a cultura esta última representada pelos filmes, televisão, vídeo games, música e literatura. Nestes microssistemas a criança busca e recebe “modelos” por meio de regras, papéis sociais e valores explícitos e implícitos de como se comportar e agir com o outro em sociedade. Por conseguinte, o desempenho futuro da criança e seu funcionamento interpessoal estão inter-relacionados com múltiplos aspectos observados e assimilados de seu cotidiano.
A orientação aos Pais e Professores, a pronta identificação de problemas e, principalmente, a adoção de medidas preventivas possibilitam a melhora da qualidade de vida, com redução do stress, lançando mão de uma atuação assertiva e criativa pela família e criança. Dito isto e considerando que algumas orientações simples podem melhorar em muito o desenvolvimento dos pequenos, deixamos aqui algumas dicas simples de como conviver diariamente com os filhos, netos, sobrinhos, alunos, etc. Sinta-se livre para aplicá-las em seu dia a dia com as crianças e compartilhá-las com outros adultos:
A Pessoa próxima é sempre um modelo a ser seguido... Lembre-se que a criança aprende pelo que você faz e não pelo que você diz.
Evite frases e comportamentos agressivos de intimidação e hostilidade.
Evite concordar com tudo que a criança deseja ou, ainda, aparentar que não escutou o que ela disse ou pediu.
Olhe para a criança quando falar com ela e, caso a situação permita, abaixe-se até a altura de seu rosto.
Ajude a criança a falar o que está sentindo e o que deseja.
Expresse suas opiniões e decisões com olhar e voz firmes.
Peça colaboração da criança para atividades dentro da capacidade dela.
Observe se o estilo da criança interfere em outras áreas de convivência.

Havendo dúvidas de como proceder peça auxílio, inclusive buscando um profissional habilitado. Um Psicólogo/a será capaz de avaliar a situação e apresentar as informações e orientações necessárias, podendo até mesmo criar um programa de atividades específico ao seu caso, a fim de trabalhar estratégias direcionadas a habilidades de comunicação, resolução de problemas, empatia, cooperação e assertividade.
Segundo os Doutores em psicologia Zilda e Almir Del Prette, as Habilidades Sociais na Infância são representadas através atributos como:
Autocontrole e expressividade emocional
Lidar com críticas
Civilidade
Empatia
Assertividade:
Fazer amizades:
Resolução de problemas
Auxiliar seus filhos no desenvolvimento de suas Habilidades Sociais permitirá que eles se conheçam melhor, identifiquem seus limites e potenciais, desenvolvam suporte pessoal e autoconfiança para desfrutar de uma vida com bem estar e saúde.
BIBLIOGRAFIA:
Del Prette, Z. A. P. e Del Prette, A. D. (2005). Psicologia das Habilidades Sociais na Infância: teoria e prática. Petrópolis: Vozes
Vygotsky, L. S. (1999). O desenvolvimento psicológico na infância. São Paulo: Martins Fontes.
WALLON, H.A evolução psicológica da criança. Lisboa: Persona, ed. 70 (s/d), 1968 (Originalmente publicado em 1941).
http://www.scielo.br/pdf/paideia/v18n41/v18n41a08 [acessado em 7 de abril de 2017}
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-389X2005000200006 [acessado em 16 de maio de 2017].
https://www.researchgate.net/publication/222028748_Happiness_and_social_skills [acessado em 25 de maio de 2017].
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