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  • Foto do escritorNutty Ramos

As emoções em situações de epidemias.

Atualizado: 26 de mar. de 2023



O coronavírus ultrapassou todos nós. Somos confrontados com emoções desconfortáveis, somos dominados pelo medo, ficamos chocados ao ouvir as equipes de saúde relatando as situações que estão enfrentando, e não parece que as coisas melhorem no curto prazo.

No entanto, há uma verdade inquestionável: tudo passa. O coronavírus também. Como aconteceu com outras epidemias ou em outras situações difíceis que experimentamos.

Devemos enfrentar o problema com uma mentalidade resiliente.


Para isso, precisamos conhecer os estágios e as emoções que vamos enfrentar. Reconhecê-los nos ajudará a enfrentá-los de uma maneira mais gentil. Desenvolver uma mentalidade resiliente, apesar das circunstâncias. Essa posição nos permitirá entender que, em qualquer mudança, por mais difícil que seja, sempre há oportunidades para continuar aprendendo e avançando como indivíduos e como sociedade.

O texto se apoia no livro Everyday Heroes (O Herói Cotidiano) de Guzmán,serve para entender de uma maneira simples quais emoções vamos experimentar hoje em dia. Estão detalhados abaixo e com exercícios práticos.




1.O Chamado: "Existe um vírus na China".

Esse foi o começo. Todo apelo à aventura pode ser de dois tipos, como paradoxalmente a medicina tradicional chinesa diz: apelo do céu, quando é algo desejado, ou apelo do trovão, quando não o procuramos e isso quebra nossos planos. O coronavírus pertence ao trovão que chama a maioria dos mortais. Poucos esperavam que isso acontecesse.


2. Negação: "Isso não vai acontecer aqui."

A negação é uma fase comum em quase todas as situações indesejadas. É o mais difícil de assimilar. Nunca acreditamos que isso nos afetará. Nos enchemos desculpas, como a de que a China está longe ou de ser apenas mais uma gripe, e esquecemos as evidências: que o mundo é globalizado, mesmo para doenças, ou que elas podem ser tão contagiosas que podem derrubar o próprio sistema. Durante o período de negação, quando percebemos que isso pode nos afetar, podemos desenvolver uma variante: ira ou a raiva. Estamos furiosos com o sistema, com a falta de medidas tomadas pelas autoridades, referente eventos esportivos, manifestações ou reuniões que nos expuseram ao contágio. A raiva deve ser passada, tenhamos razão ou não. Se permanecermos nessa fase, estaremos perdidos, porque perderemos a oportunidade de aprendizado que existe diante de qualquer crise.


3. Medo: "O que acontecerá conosco?"

Essa é a emoção mais profunda e paralisante que existe. Existe um medo saudável, que é a prudência, que nos obriga a nos proteger e a ficar em casa. E há outro medo tóxico, que nos leva à histeria coletiva, às compras compulsivas ou a não dormir à noite. O medo é outra fase pela qual temos que passar rapidamente. É inútil se deixar levar pela emoção, que em muitas ocasiões se torna mais contagiosa do que a própria doença. Possivelmente, porque nos atinge profundamente e nos esvazia da possibilidade de enfrentar a crise com uma postura de luta ação e coragem.


4. Atravessando o deserto: "Estou triste e vulnerável".

Não há mais medo ou raiva, apenas desconforto e tristeza em sua forma mais pura. Estamos abatidos pelo número de doentes e falecidos, conhecemos as pessoas afetadas ou somos nós mesmos. É um momento de pura aceitação da realidade. Na crise dos coronavírus, a jornada pelo deserto deve ser encarada. A mentalidade resiliente sem tocar no deserto é falsa e temporária (exceto para aqueles que vivem em constante positivismo artificial ou têm problemas com empatia, que ainda é negação). A boa notícia é que os desertos também são abandonados. Podemos ficar presos em raiva ou negação, mas a maioria das pessoas, mais cedo ou mais tarde, consegue superar a tristeza.


5. Novos hábitos e confiança.

Uma vez que a realidade é aceita, novos hábitos e autoconfiança começam. Normalizamos a realidade. Se estamos isolados, encontramos os aspectos positivos. Nós nos oferecemos para ajudar os outros por serenidade e não por medo; rimos da situação e, mais importante, nos abrimos para o aprendizado. Quanto mais tentamos ver quais aspectos essa nova crise deseja nos ensinar, mais rápido podemos atravessar a curva da mudança.


6. Fim da aventura.

O coronavírus passou e eu sou mais forte. Essa crise será história, como tudo. Outros virão, novos problemas, e isso significa que estamos vivos. Se conhecemos o processo e aprendemos como indivíduos e como sociedade, valerá a pena, apesar das muitas perdas que tivemos ao longo do caminho.


As fases descritas não são lineares, mas são progressivas. Ou seja, podemos estar no deserto e retornar às vezes para sentir raiva ou medo. Quase sempre acontece, mas você não precisa se sentir culpado por isso. Quanto mais consciência colocamos, mais sinceros somos conosco, mais rápido podemos passar por eles e mais capacidade teremos de despertar o valor que cada um de nós carrega dentro de nós. No épico pessoal, também há espaço para otimismo.




Fonte para os dados aqui divulgados: o Blog Laboratório da Felicidade coordenado por

Pilar Jericó.

Este texto foi traduzido por Nutty Ramos, psicóloga da saúde com escritório no Bairro Cabral em Curitiba, Paraná.


TAGS: psicologia da saúde curitiba cabral juveve.


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